IMPLEMENTAÇÃO DE TREINAMENTOS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

COLETA COM SWAB DOS SÍTIOS VAGINAL E RETAL PARA PESQUISA DE Streptococcus agalactiae

Authors

  • Erilene de Lima Sinos Centro Universitário São Lucas
  • Izabelly Vitória Gotara Ramos
  • Luccas Manoel de Melo Suica
  • Maria Lucilania Moreira Luna
  • Poliana Lopes de Siqueira Tavares

Abstract

Atualmente, a presença da bactéria beta-hemolítica Streptococcus agalactiae (GBS) representa uma significativa preocupação no bem-estar da gestante e do neonato quanto ao risco obstétrico gestacional devido a capacidade da bactéria ascender pelo canal vaginal e contaminar o âmnio, córion, líquido amniótico e/ou uma combinação desses fatores. O GBS possui diversos fatores de virulência, dentre eles, a aderência e invasão, com isso, a bactéria pode resultar em diversas complicações no contexto materno-infantil de interesse clínico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A passagem da bactéria para o recém-nascido ocorre principalmente por transmissão vertical, antes ou durante o parto ou por transmissão nosocomial causando o aumento da incidência e prevalência de sepse, meningite, pneumonia, bacteremia, infecção sanguínea, infecção no trato urinário e na pele. A colonização por GBS é identificada após coleta com swab estéril dos sítios retal e vaginal da gestante entre a 35ª a 37ª semana de gestação, no qual, o laboratório de referência fará o seu respectivo processamento microbiológico e liberação de resultado. A coleta para pesquisa de GBS em gestantes é solicitada pelo profissional da saúde devidamente habilitado quando há suspeitas questionáveis sobre a gestante no que diz respeito aos sinais e sintomas apresentados na gestação, histórico gestacional por GBS ou preocupação com a qualidade de vida da paciente. Frequentemente, é avaliado o risco obstétrico gestacional, levando em conta as comorbidades da paciente, como os fatores de risco por diabetes gestacional, sorologia positiva, bacteriúria, infecção do trato urinário de repetição, hipertensão gestacional, dentre outros. Além disso, caso haja positividade no exame para GBS, o profissional avalia o melhor tratamento para a mulher e a sua gestação. O protocolo amplamente utilizado mundialmente é a administração da profilaxia antibiótica intraparto (IAP), reduzindo as chances da passagem da bactéria para a criança no momento do parto, sendo a penicilina o antibiótico de primeira escolha. Entretanto, ainda se faz presente a falta da realização da coleta de gestantes para identificação de GBS no âmbito do SUS, acarretando em maiores prevalências de doenças neonatais. De acordo com um relatório publicado pelo Ministério da Saúde (MS), estima-se o aumento das taxas da mortalidade infantil de 75,7% em 2000 para 91,4% em 2019. Nesse contexto, haja visto a falta de treinamentos para coleta de GBS em gestantes, é fundamental fornecer conscientização e capacitação por meio de treinamentos aos profissionais da saúde para realizarem a coleta de amostras de gestantes utilizando swab estéril da genitália feminina para identificação da bactéria Streptococcus agalactiae na região de Porto Velho. A metodologia neste estudo consiste na revisão de protocolos e diretrizes disponibilizados pelos órgãos de saúde responsáveis, como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Ministério da Saúde (MS), Organização Mundial de Saúde (OMS) e as Secretarias da Saúde, dessa forma, foi elaborado instruções para a realização de treinamentos para os profissionais da saúde realizarem a coleta de amostras das gestantes entre a 35ª a 37ª semana de gestação obstétrica com swab estéril de meio de transporte dos sítios retal e vaginal para detecção da bactéria. À vista disso, o procedimento foi instruído quanto: (1) O que é a bactéria Streptococcus agalactiae; (2) Importância do exame e doenças causadas pela bactéria; (3) Grupo alvo para identificação da colonização por GBS; (4) Indicações para a realização do exame; (5) Orientações para as gestantes; (6) Orientações para o profissional que realizará a coleta; (7) Materiais utilizados; (8) Passo a passo de como é realizado o exame; (9) Armazenamento e transporte da amostra; e por fim, (10) Como é feito a liberação do exame para a gestante. Além disso, as instruções são ilustradas e dissertadas, visando proporcionar compreensão e entendimento de forma clara para o profissional da saúde, para então aplicar de forma adequada os conhecimentos adquiridos. Em virtude disso, as instruções para a realização de treinamento visando a coleta de gestantes para identificação de Streptococcus agalactiae tem como finalidade auxiliar os profissionais da área da saúde para realizarem a coleta de maneira adequada. Isso colabora na ampliação dos exames ofertados pelo SUS e/ou a rede particular nos laboratorios da região de Porto Velho, reduzindo os casos de doenças neonatais recorrentes e/ou complicações gestacionais que atualmente está em evidência, como a incidência de partos prematuros e abortos espontâneos. Em suma, a detecção e intervenção de doenças precoces e/ou tardias causadas por GBS minimiza patologias de alerta crítico vistos na região, dessa forma, os órgãos responsáveis pela saúde pública devem colaborar com a promoção em saúde a partir da conscientização e treinamentos aos profissionais da saúde, incluindo técnicos, enfermeiros, biomédicos, biólogos, médicos e outros. Sendo fundamental a capacitação para a coleta em gestantes, uma vez que a execução do exame para identificação de GBS é escassa em Porto Velho.

Published

2023-10-24