INFRAESTRUTURA DE CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO EM UM HOSPITAL PRIVADO DE PORTO VELHO/RO
RELATO DE UMA AUDITORIA
Resumo
Em decorrência do avanço tecnológico e da evolução do edifício hospitalar, especificadamente a Central de Material e Esterilização (CME), surgiu com o decorrer do tempo a necessidade de um aprimoramento das técnicas e dos processos de limpeza, preparo, esterilização e armazenamento de materiais e roupas. Assim, como consequência a esta necessidade a CME tornou-se centralizada, cujo a supervisão está no encargo de um enfermeiro e passou a ser definida como uma unidade de apoio técnico a todas as unidades assistenciais, responsável pelo processamento dos materiais, como instrumental e roupas cirúrgicas e a esterilização dos mesmos, disponibilizando assim, materiais a serem utilizados em variados procedimentos realizados pelo hospital. Deste modo, a infraestrutura de uma CME deve-se ser adequada para poder atender a demanda de serviços existentes no local, sendo importante que seja previsto espaço físico e equipamentos necessários para a realização das atividades desenvolvidas. E de acordo com o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da publicação da resolução RDC nº 15, de 15 de março de 2012, determina que a infraestrutura da Central de Material e Esterilização deve ser constituída de modo que possua sala de recepção e limpeza, sala de preparo e esterilização, sala de desinfecção química, área de monitoramento do processo de esterilização, sala de armazenamento, distribuição de materiais esterilizados, dentre outros requisitos de boas práticas para o processamento de produtos para saúde. Por isso, é importante que sejam previstos espaços físicos para trazer uma maior eficiência ao trabalho prestado pelos profissionais da área, com a auditoria de enfermagem assumindo o papel fundamental no processo de planejamento da infraestrutura de uma CME, refletindo as necessidades estruturais existentes no local e considerando a opinião da equipe responsável pelo desenvolvimento das atividades no setor. Avaliando também a qualidade dos equipamentos e das atividades desenvolvidas, identificando possíveis melhorias a serem realizadas, com o intuito de que todos os materiais sejam entregues com segurança, através do processamento adequado para que seja realizado um atendimento eficaz aos pacientes e contribuindo para a prevenção e controle da infecção hospitalar. Assim, objetivou-se averiguar se a infraestrutura da CME de um hospital privado de Porto Velho/RO e seu funcionamento estavam adequados às normativas da ANVISA. Contudo, para que essa averiguação ao hospital fosse realizada, precisou ser desenvolvido um projeto acadêmico que faz parte da disciplina de projeto integrador. Sendo a primeira etapa constituída da busca por referências bibliográficas que embasasse o projeto, com os materiais encontrados disponíveis na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Ministério da Saúde (OMS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). A princípio a intenção era realizar a auditoria em uma unidade básica de saúde (UBS), porém com a burocracia e demora na resposta da SEMUSA (secretaria municipal de saúde de PVH) sobre a autorização para realizarmos a visita ao local, optamos por refazer as buscas e direcionar o projeto para uma área hospitalar, sendo o foco dessa vez uma Central de Material e Esterilização, com o intuito de realizarmos visita técnica a CME de um hospital particular. Com a autorização adquirida e devidamente paramentadas, realizamos a visita técnica a CME do hospital, observando durante a visita que o local possui uma infraestrutura bem dimensionada, a separação da área suja com a área limpa, com um técnico sendo posicionado na área suja e um técnico posicionado na área limpa para não ocorra uma infecção cruzada, o que está de acordo com os parâmetros de funcionamento da CME de acordo com ANVISA. Com os materiais e instrumentais cirúrgicos sendo separados, inspecionados, identificados, preparados para a esterilização e embalados de acordo com a sua especificidade cirúrgica, tornando o setor organizado. Diante dos estudos realizados, conclui-se que os perigos das infecções e contaminações provenientes da Central de Material e Esterilização ainda merecem maior atenção dentro dos hospitais, pois apesar da importância que possui, algumas CME ainda não seguem todos os padrões definidos pela regulamentação da ANVISA. E isso é causado, principalmente, por uma junção de fatores, como altos custos de maquinário e manutenção, baixo investimento no setor, falta de profissionais qualificados e a ausência de planejamento estrutural. Dessa forma, percebemos que a enfermagem é fundamental para o funcionamento da CME de um hospital, pois o enfermeiro é responsável por zelar pela segurança dos funcionários que trabalham na CME, sendo que os mesmos estão em contato diário com materiais de alto risco, bem como o constante treinamento da equipe, para que sejam aperfeiçoadas as técnicas de limpeza, esterilização, segurança e logística. Portanto, esse projeto permitiu uma experiência inovadora, proporcionando o desenvolvimento de uma auditoria no decurso da graduação, unindo teoria à prática, e contribuindo para a formação do profissional enfermeiro que a sociedade precisa.
Palavras-Chaves: Auditoria de Enfermagem, Infraestrutura, Departamentos hospitalares.