CARTILHA INFORMATIVA RESPEITO DA PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EM COMUNIDADES INDÍGENAS NA REGIÃO NORTE
Abstract
CARTILHA INFORMATIVA RESPEITO DA PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EM COMUNIDADES INDÍGENAS NA REGIÃO NORTE
Marcelly Lacerda SILVA1; Amanda de Souza SOUZA1; Alef Martins de CASTRO1; Maria Tereza RIBEIRO1; Helton Camilo TEIXEIRA; Rosa Maria Ferreira de ALMEIDA
- Centro Universitário São Lucas, Porto Velho, Rondônia, Brasil.
*Autor correspondente: marcelly.l.silva27@gmail.com
O aleitamento materno é uma ação que dá origem a amamentação, e está ligado diretamente à saúde do bebê e da própria mãe. Sabe-se que os benéficos do mesmo se estendem por toda a vida do indivíduo. É notório que o leite materno diminui a porcentagem de chance de o bebê contrair infecções, tornando-se um alimento primordial na sua dieta por pelo menos, seus primeiros seis meses de vida conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS). O leite materno pode ser classificado em cinco tipos: (1) aleitamento materno exclusivo, na qual recebe somente o leite materno, com exceção de gotas de xaropes com vitamina, suplementos minerais ou medicamentos, (2) aleitamento materno predominante, recebe leite materno, água, chás e infusões, (3) aleitamento materno, recebe leite materno, independentemente de receber ou não outros alimentos, (4) aleitamento materno complementado, recebe leite materno, recebe qualquer alimento sólido ou semissólido com finalidade de complementar o leite e não substituí-lo, (5) aleitamento materno misto ou parcial, quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. Tendo em vista a temática em questão é possível que durante a amamentação aconteça algumas intercorrências em virtude da cultura, nível de instrução, bem como a falta de informações e orientações por parte da equipe de saúde que acompanha a
gestante durante o pré-natal, trabalho de parto e pós-parto. O leite materno e a amamentação exclusiva, evita mortes infantis, quadros de diarreias na infância, infecção respiratória, diminui o risco de alergias, diminui o risco de hipertensão, colesterol e diabetes, diminui as chances de obesidade, ajuda no aprendizado, auxilia no desenvolvimento da cavidade bucal, na formação e amadurecimento do intestino, boca e ânus, além de estimular e fortalecer os laços emocionais entre o binômio mãe e filho. Mesmo sabendo que o aleitamento pode ofertar benefícios a longo prazo, este tema ainda é pouco discutido, especialmente em comunidades indígenas, o que gera um déficit neste quesito, principalmente pelo fato de que há aspectos que dificultam o aleitamento em tais comunidades, como: falta de apoio, falta de informação, má alimentação, ausência de cuidados com a mãe, entre outros. Tendo em vista os pontos supra referidos, uma das resultantes que decorre deste déficit é o desmame precoce, o que é comum em comunidades indígenas, como, por exemplo, a comunidade Xakriabá, em que o aleitamento materno exclusivo ocorre por apenas uma semana, após esse período, as mães começam a introduzir água, chás, outros tipos de leites e alimentos na dieta do bebê. Visto isso a construção e disponibilização da cartilha informativa sobre a promoção do aleitamento materno em comunidades indígenas na região norte. A construção da cartilha foi desenvolvida na disciplina de Projeto Integrador (PI): Saúde Indígena no 1º Período Noturno do Curso de Enfermagem sob a orientação dos professores responsáveis pela disciplina durante os meses de agosto até outubro de 2021 através de encontros semanais de maneira presencial. A partir dos encontros e das orientações, foram estabelecidos critérios norteadores para o desenvolvimento do material informativo. Incialmente foram realizadas pesquisas em materiais de apoio (artigos científicos, documentos oficinais, manuais do ministério da saúde e documentos oficinais) que de maneira direta ou indireta envolvesse o público alvo. Logo após, foi realizado discussão a respeito dos dados recolhidos após análise e organização das informações inseridas na cartilha. A cartilha foi esboçada em quinze páginas, organizada em
seções e concluída com o auxílio de um aplicativo gratuito chamado de Canvas, a fim de facilitar a consolidação da construção gráfica da cartilha. Espera-se que, por meio da distribuição gratuita da cartilha com linguagem acessível e respeitando sua cultura e saber possa colaborar na diminuição da porcentagem de desmame precoce, além de contribuir no desenvolvimento saudável e consequentemente na saúde física e emocional das crianças pertencentes às comunidades indígenas localizadas na região norte do Brasil. A distribuição das cartilhas deverá acontecer em parceria com os órgãos de saúde competente que prestam e asseguram a assistência multiprofissional a saúde indígena na região norte. Com a disponibilização do material construído às mães indígenas durante a gestação ou período de amamentação trará resultados significativos à saúde materna e infantil, contribuindo com a promoção e incentivo ao aleitamento materno exclusivo, pautado em cuidados, princípios éticos, além de respeitar a cultura da população indígena.
Palavras-Chaves: Cartilha; Informação; Comunidade Indígena; Aleitamento; Amamentação.