AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE PACIENTES QUE REALIZARAM PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP) AO HIV NO SERVIÇO DE ATENDIMENTO ESPECIALIZADO (SAE) EM PORTO VELHO – RO

  • Raphaela Lorrana Rodrigues Araujo Unisl
  • Amanda Larissa Kador Rolim
  • Thiago Ripardo Cabral
  • Erijane da Silva Lima
  • Sergio de Almeida Basano
  • Idyanara Kaytle Cangussu Arruda
  • Maria Eduarda Fontenele de Carvalho
  • Ana Gabriela Barbosa Chaves de Queiroz
  • Thalita Mayara Ramos da Silva
  • Rebeca Crespo Maia

Resumo

INTRODUÇÃO/OBJETIVO: A PEP, profilaxia pós-exposição, trata-se de um método de profilaxia de urgência ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e consiste no uso de antirretroviral por 28 dias, com início imediatamente e no máximo até 72 horas após a possível exposição. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contaminação com o vírus como: relação sexual desprotegida, acidente com contaminação com material biológico ou transmissão vertical. O objetivo do trabalho foi avaliar o perfil clínico e epidemiológico dos pacientes submetidos a PEP no Serviço de Atendimento Especializado (SAE) no período 2018 e 2019, no município de Porto Velho, RO.


MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, descritivo e documental. Para isso, utilizou-se dados coletados da ficha de solicitação de medicação de pacientes que realizaram a PEP no SAE, na cidade de Porto Velho-RO entre 2018 e 2019. Os dados foram processados pela pesquisadora, submetidos a tabulação em planilha Excel® 2016, onde posteriormente foram analisados determinando as principais características epidemiológicas dos pacientes submetidos a PEP.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde (2019), 135 mil pessoas convivem com o HIV no Brasil e não sabem, por isso são necessárias estratégias de prevenção como uso de preservativos e antirretrovirais na profilaxia pós-exposição se houver dúvida do status sorológico da pessoa fonte.Com análise dos dados dos pacientes submetidos a PEP em 2018 e 2019, podemos afirmar que, no SAE, tivemos uma amostra de 538 pacientes sendo, em relação ao sexo: 209 (38,8%) do sexo feminino e 329 (61,1%) do sexo masculino. Analisamos que houve predomínio no sexo masculino com uma média de idade 31,6 sendo a faixa etária mais acometida entre 20 e 24 anos e 51,3% casos foram de acidente com material biológico. Entretanto, em outro estudo realizado em Fortaleza – CE em 2018, a maioria das pessoas atendidas era do sexo feminino (63,3%), com média de idade de 31,4 anos e a maioria dos atendimentos (67%) também foram ocasionados por acidente. Em um estudo realizado nos Estados Unidos em 2015, foram avaliados 3.547 pacientes sendo 92% do sexo masculino e idade média de 34,6 anos. Neste mesmo estudo, analisando o tempo transcorrido entre a provável exposição ao vírus do HIV e a realização da profilaxia, 48% das pessoas procuraram atendimento em menos de 24 horas; 34% entre 25-48 horas, 16% buscaram atendimento entre 49-72 h e 2% procuraram o serviço mais de 72h transcorridas. Na pesquisa em questão, tem-se que a maioria das pessoas (46%) procuram o serviço de saúde em menos de 24 horas da exposição. 26% no dia seguinte, 14% procuram o serviço 2 dias depois e 4% em 3 dias depois. Temos ainda 0,55% que procuraram o serviço 4 dias após a exposição e ainda assim receberam profilaxia apesar de não ser mais indicada nesses casos. Em relação à forma de contaminação temos: 276 (51,3%) casos de acidente com material biológico, 251 (46,6%) foram de exposição sexual consentida e 11 (2,04%) de violência sexual. Dentre os pacientes do sexo feminino, 157 (75,1%) realizaram PEP devido acidente com material biológico. Já nos pacientes masculinos, 119 (36,2%) tiveram acidente com material biológico, 206 (62,6%) tiveram exposição sexual consentida e 4 (1,2%) procuraram o serviço por violência sexual.


CONCLUSÃO: Diante do exposto, podemos concluir que o levantamento de dados sobre a incidência de pacientes que realizaram a PEP, viabiliza que apesar do aumento da procura de PEP por exposição sexual, o acidente com material biológico ainda apresenta a maior incidência. Em relação ao sexo, a forma de contaminação por meio de exposição sexual é maior na população masculina (82,07%) e as mulheres predominam no acidente com material biológico (56,88%) devido o predomínio das mulheres entre os profissionais da área da saúde em risco de contaminação através de acidentes com material perfurocortante. O levantamento de dados sobre a incidência de pacientes que realizaram a PEP, permite informação confiável acerca do quadro epidemiológico, identificando fatores de risco e características clínicas fornecendo, assim, subsídios para a prevenção de HIV e o diagnóstico precoce quando não houver eficácia do tratamento ou procura tardia pela profilaxia.


AGRADECIMENTOS: Agradeço ao Centro Universitário São Lucas pela oportunidade realizar a iniciação científica e pela oferta da bolsa para contribuir para o crescimento da ciência. Agradeço ao meu orientador Dr. Sérgio de Almeida Basano por tirar todas minhas dúvidas e por caminhar comigo desde o início da pesquisa. Ao SAE por permitir e ceder o espaço para a minha pesquisa, à minha família e aos amigos, a todos que contribuíram de alguma forma, deixo meu muito obrigada.


OUTRAS INFORMAÇÕES: Palavras-chaves: Profilaxia Pós-Exposição; HIV; tratamento de emergência; antirretrovirais.

Publicado
2021-04-28
Seção
Ciências da Saúde