RELAÇÃO ENTRE O PARTO PREMATURO E BEBÊS DE BAIXO PESO AO NASCIMENTO COM A CONDIÇÃO PERIODONTAL

  • Victória Caroline Lima de Castro São Lucas Educacional
  • Gustav Guimarães
  • Flávia Gabriela Rosa
  • Neiandro dos Santos Galvão
  • Dino Lopes Almeida
  • Maria Rosa Felix de Souza Gomide Guimarães

Resumo

Introdução:A doença periodontal é um processo inflamatório que abrange diversas alterações patológicas que ocorrem no periodonto, e estas estão divididas em dois grupos: em gengivite, que é caracterizada pela inflamação dos tecidos gengivais sem perda óssea e a periodontite pela reabsorção de tecido ósseo que pode levar perda do elemento dental. Durante a gravidez, condições especiais de saúde trarão uma série de mudanças e adaptações ao organismo materno, essenciais para o desenvolvimento do ciclo gestacional, logoapresença da doença periodontal em gestantes pode desencadear problemas locais na cavidade bucal como halitose, sangramento gengival, perda do elemento dental e problemas sistêmicos, gestação como induzir nascimentos prematuros. As ações de prevenção às doenças bucais são limitadas e por não informar o impacto que a condição periodontal tem sobre a prematuridade e o baixo peso ao nascer, as gestantes desconhecem o risco da doença periodontal na gestação. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo estabelecer a relação entre o parto prematuro e bebês de baixo peso ao nascimento com as condições periodontal e bucal das pacientes gestantes atendidas no projeto Pré – Natal Odontológico do Centro Universitário São Lucas no Município de Porto Velho – RO.Material e métodos: Este estudo foi submetido à Comissão Nacional de Ética na pesquisa e obteve aprovação com parecer número: 2.038.559. A amostra contou com os dados de 13 pacientes que foram divididas em três grupos, Grupo I: gestantes com problemas periodontais; Grupo II: gestantes com problemas bucais e Grupo III: controle (gestantes sem problemas periodontais e bucais). Foi realizada uma avaliação da condição sistêmica das gestantes e anamnese detalhada, idade, trimestre gestacional, presença ou não de diabetes, infecção urinária, problema cardíaco e anemia. Todas essas informações foram registradas no prontuário. Para avaliação periodontal,nfoi realizado um exame denominado periograma, onde o mesmo possui informações sobre do índice de placa corada, profundidade de sondagem (PS), nível de inserção clínica (NIC), e índice de sangramento (IS) à sondagem (ISG). Resultados e Discussão:De acordo com os dados obtidos,verificamos que 54% tinham entre 18-30 anos quando procuraram o atendimento. O acometimento sistêmico mais presente foi a anemia, com 23,07% das pacientes. Sobre o trimestre gestacional, no 1º trimestre se encontravam 38,46% das pacientes, 7,69% estavam no 2° trimestre e a maioria se encontravam no 3° trimestre, cerca de 53,84% das pacientes. Das pacientes atendidas, 69,24% não possuía periodontite e 30,76% foram diagnosticadas com a doença. Sobre a presença de gengivite, pode-se observar que 53,84% não apresentaram enquanto que 46,16% apresentaram condição clínica para gengivite. Sobre o trimestre gestacional e a condição periodontal, verificamos que: pacientes no 1° trimestre: apresentaram um índice de sangramento de 30,05% e índice de placa visível 34,08%; pacientes no 2° trimestre: O ISG foi de 10,86% e o IPV 4,34%; pacientes no 3° trimestre gestacional: o ISG resultou em 33,89% e o IPV 33,15%. Sobre o Nível de Inserção Clinica (NIC) das pacientes atendidas, verificamos uma média de 2,61 mm no 1° trimestre gestacional, 2,58 mm no 2° trimestre e 2,96 mm no 3° trimestre. Em relação ao peso do bebê, a média de peso das crianças que nasceram com menos (<) de 37 semanas foi de 2,83 kg e das crianças que nasceram com mais de (>) de 37 semanas foi de 3,33 kg.Quando feito a relação entre a condição periodontal, tempo gestacional e peso do recém-nascido, pode-se observar que 7,69% das pacientes tinham doença periodontal e a criança nasceu com menos de 37 semanas, e 38,46% das pacientes a criança nasceu com mais de 37 semanas. Das pacientes que não possuem doença periodontal nenhuma criança nasceu com menos de 37 semanas e em 53,85% das gestantes, as crianças nasceram com mais de 37 semanas. Das pacientes que possuíam doença periodontal a média do peso das crianças é de 3,19 Kg e a média de peso das crianças ao qual a mãe não possuía doença periodontal é de 3,29Kg.Conclusão: O estudo sugere uma relação entre o parto prematuro e bebês de baixo peso ao nascimento com a presença da doença periodontal e bucal das pacientes gestantes atendidas no projeto Pré – Natal Odontológico do Centro Universitário São Lucas no Município de Porto Velho – RO.  Novas investigações deverão ser realizados para confirmar esta relação. Agradecimentos: Agradeço ao CNPq pela ajuda de custo através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Cientifica (PIBIC); ao apoio institucional do Centro Universitário São Lucas, disponibilizando a clínica para atendimento odontológico.

Publicado
2021-04-28
Seção
Ciências da Saúde