ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE INFECÇÕES HOSPITALARES EM UTI NEONATAL EM UM HOSPITAL DA AMAZÔNIA OCIDENTAL

  • Maria eduarda Fontenele Unisl
  • Raphaela Lorrana Rodrigues Araujo
  • Bruno Henrique Durães de Sá
  • Jade Karolynna de Araújo Dias Forechi
  • Horácio Tamada

Resumo

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DE INFECÇÕES HOSPITALARES EM UTI


NEONATAL EM UM HOSPITAL DA AMAZÔNIA OCIDENTAL


 


Área e subárea do Conhecimento: 4.00.00.00-1 Ciências da Saúde; Medicina; Pediatria.


 


CARVALHO, Maria Eduarda Fontenele de ¹; ARAUJO, Raphaela Lorrana Rodrigues¹; SÁ, Bruno Henrique Durães de¹; FORECHI, Jade Karolynna de Araújo Dias¹; TAMADA, Horácio¹²;


 


¹ CENTRO UNIVERSITÁRIO SÃO LUCAS, Rua Alexandre Guimarães, 1927 - Areal, Porto Velho - RO, CEP 76805-846


2  HOSPITAL DE BASE Dr. ARY PINHEIRO, Av. Gov. Jorge Teixeira, 3766 - Industrial, Porto Velho - RO, 76821-092


INTRODUÇÃO/OBJETIVO: A sepse é definida como uma “disfunção orgânica fatal” causada por uma resposta desregulada do hospedeiro à infecção de difícil diagnóstico. A sepse pode ter início precoce ou tardio, sendo a precoce nas primeiras 72 horas de vida, já a tardia acontece após 72 horas de vida. A sepse é a mais grave e frequente das infecções em RN sendo a principal causa de mortalidade na unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). O objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico de infecções hospitalares em recém-nascidos internados no período entre agosto de 2019 a março de 2020, na UTIN do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro de Porto Velho - RO. O levantamento de dados sobre a incidência de infecções em UTIN, identificando fatores causadores e de risco seguindo a metodologia científica e ética fornece dados reais do cenário de estudo. Estes dados, possibilitam que os profissionais planejem e instituam medidas de cuidados, melhorias terapêuticas mitigando os danos tanto aos recém nascidos quanto aos familiares e reduzindo os custos assistenciais e o tempo de internação.


MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico transversal, prospectivo e descritivo, que foi realizado em uma UTIN de Hospital de referência da Amazônica Ocidental: no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro no município de Porto Velho- RO, por meio dos prontuários disponibilizados no âmbito da UTI de setembro de 2019 a março de 2020. Foram inclusos no projeto de pesquisa dados de todos os recém-nascidos atendidos no período de setembro de 2019 a março de 2020, na UTIN do HBAP. Os dados coletados foram tabulados em planilha Excel ® 2016, onde foram estudados e analisados minuciosamente, no intuito de avaliar as características dos RN diagnosticados com infecção.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram estudados 286 recém-nascidos internados na UTI neonatal do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro no município de Porto Velho desde setembro de 2019 até março de 2020. Das quais, 241 (84,26%) dos pacientes apresentaram o diagnóstico de sepse e 45 (16%) sem sepse. Dentre os diagnosticados com sepse, 198 (82,5%) apresentaram sepse precoce e 43 (22,8%) sepse tardia e 12 tiveram sepse precoce e evoluíram para tardia. Houve 87,3% do sexo masculino, corroborando com vários estudos, tal como de Sossolote et al (2017), onde o gênero masculino prevaleceu (67,5%).  Com relação a idade gestacional, a maior parte dos RN com sepse são pré-termos (72,61%) e os termos 27,3%, semelhante a outro estudo em que 80% dos RN infectados eram pré-termos (REIS, CAVALCANTE, SANTOS, 2018). O aumento da suscetibilidade de eventos infecciosos devido ao seu sistema imunológico imaturo, sendo incapaz de promover resposta imune, justifica, em parte, essa prevalência. (SRIVASTAVA & SHETTY, 2007). Em outro estudo, a prematuridade neonatal é considerada um dos riscos para sepse neonatal com mais relevância, sendo um risco de 8 a 11 vezes superior do que em recém nascidos a termo (SANTOS et al, 2020). Foi observado em nosso estudo, que 86,7% dos RN com sepse evoluíram para óbito. Corroborando com o estudo de Granzotto et al (2013) em que 64% em 2008 dos óbitos em UTIN teve como principal causa a sepse neonatal, todavia esse estudo demonstra uma diminuição da taxa de óbitos associada a sepse, visto que os anos consecutivos apresentaram uma queda, em 2009 (45%), 2010 (33,3%). Já em outro estudo mais atual realizado em uma UTI do sul do Brasil, onde houveram 745 mortes e dessas 229 (30,7%) apresentaram diagnóstico de sepse (ALVES et al, 2018). Paralelo a esse, Santos et al (2017) afirma a sepse como principal causa em neonatos de morbimortalidade, atribuindo no mundo cerca de 23,4% das mortes neonatais as infecções.  Registra-se que a sepse é responsável pela morte de 30-40% dos neonatos em países subdesenvolvidos.


CONCLUSÃO: Diante desses dados, a unidade neonatal é uma unidade crítica, que deve receber cuidados especializados, principalmente aos recém nascidos prematuros e impossível negligenciar qualquer tipo de infecção seja precoce ou tardia, pois contribui alta taxa de morbimortalidade. Devido à rapidez da evolução infecciosa, a imaturidade do sistema imune e dificuldade em identificar o germe causador, o tratamento empírico e precoce com antibióticos de largo espectro está indicado, principalmente em prematuros. Os dados coletados podem servir de base para outros estudos científicos e de subsídio para prevenção e controle de sepse.


AGRADECIMENTOS: Agradeço a todos que me acompanharam nessa jornada árdua e incrível, desta forma agradeço ao Centro Universitário São Lucas que em associação ao CNPq pela oportunidade da bolsa de iniciação cientifica para contribuir para lapidação do universo científico. Agradeço ao meu orientador Dr. Horácio Tamada, pela orientação e pela dedicação do seu escasso tempo ao nosso projeto de pesquisa. Sou grata pela confiança depositada na minha proposta de projeto.  Ao HBAP por permitir a pesquisa e à minha família, aos amigos, deixo meu agradecimento.


Outras informações


Palavras-chaves: Infecção hospitalar, unidade de terapia intensiva neonatal, recém-nascido, sepses neonatais.


dudaafontenelle@gmail.com

Publicado
2021-04-28
Seção
Ciências da Saúde