FREQUÊNCIA DE CEPAS DE ROTAVÍRUS CIRCULANTES EM CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS VACINADAS E NÃO VACINADAS ATENDIDAS NO HOSPITAL INFANTIL COSME E DAMIÃO, SITUADO EM PORTO VELHO-RO
Resumo
INTRODUÇÃO/OBJETIVO: A Doença Diarreica Aguda (DDA) é a segunda maior causa de mortalidade em crianças de até cinco anos de idade, sendo desta forma reconhecidamente como um dos principais problemas de saúde pública atualmente nos países em desenvolvimento. A DDA trata-se de uma infecção gastroentérica que possui como agentes etiológicos: bactérias, parasitas e/ou vírus, sendo este último o maior causador de gastroenterites em crianças. Dentre os vírus, o Rotavírus (RV) é o vírus entérico que apresenta maior associação de infecções entéricas em crianças de todas as faixas etárias, entretanto é notório maior número de notificações provenientes de crianças de até 6 anos de idade, este achado é justificado pelo processo de maturação imunológica em desenvolvimento em que se encontram as crianças desta faixa etária. Consequentemente, este estudo teve como objetivo geral determinar a frequência de cepas de Rotavírus circulantes em crianças de 0 a 5 anos vacinadas e não vacinadas atendidas no Hospital Infantil Cosme e Damião, situado em Porto Velho-RO. MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente executou-se a aplicação do questionário sócio epidemiológico previamente elaborado e do termo de consentimento livre esclarecido aos responsáveis pelas crianças hospitalizadas para formalizar o aceite em participar da pesquisa. Adotou-se como público-alvo crianças com até cinco anos de idade, sendo que as que apresentavam quadro diarreico com causa desconhecida eram pertencentes ao grupo caso e as que não apresentavam diarreia eram enquadradas no grupo controle. As amostras fecais coletadas foram submetidas a técnicas laboratoriais específicas para caracterização do Rotavírus e para análise e interpretação dos dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão 20. As variáveis associadas ao desfecho foram analisadas por meio da razão de prevalência bruta, no teste qui-quadrado, modelo univariado com p<0,20. Nível de significância adotado foi de 5%. Vale ressaltar que o estudo conta com aprovação do CEP/CEPEM 1.249.634. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram coletadas 200 amostras, sendo 100 amostras provenientes do grupo caso e 100 pertencentes ao grupo controle, a prevalência encontrada de rotavírus positivo foi de 32% (n=32) no grupo caso e de 45% (n=45) no grupo controle. No que diz respeito a caracterização dos aspectos sociodemográficos o achado de maior prevalência de Rotavírus observado nos grupos caso e controle apontam relação de causa e efeito no que diz respeito ao período chuvoso (respectivamente 44,7% e 54,4%). Aos aspectos clínicos notou-se que nos grupos caso e controle as crianças vacinadas com apenas uma dose da vacina contra rotavírus apresentou maior prevalência de infecção entérica pelo referido patógeno (ambos com 50%). Ao avaliar as cepas circulantes na população do estudo observa-se no grupo caso alta prevalência da cepa G3P[4] (18,7%), já no grupo controle a cepa com maior prevalência foi a G?P[4] (22,2%). O estudo corrobora com as pesquisas realizadas anteriormente na região norte, onde segundo o Ministério da Saúde (2014), o RV apresentou 35% de positividade nos casos de diarreia, e conforme o estudo de Sandra et al. (2014) a contaminação de Rotavírus foi de 36,6%. CONCLUSÃO: Verificou-se que 32% das amostras coletas foram positivas no grupo caso com destaque da cepa G3P[4], enquanto isso no grupo controle foram 45% de positividade, desses a cepa G?P[4] apresenta maior prevalência. Tal resultado sugere uma possível modificação no genótipo circulante do Rotavírus, visto que a vacina tem eficácia para genótipos específicos. De acordo com as análises seguintes, observou-se que o período chuvoso foi determinante para aumento da prevalência do Rotavírus na população alvo do estudo. Reforça-se que ao final deste projeto os achados serão destinados a publicação científica para elucidação de futuras pesquisas.
AGRADECIMENTOS: Centro Universitário São Lucas; CNPq; Centro de Pesquisa em Medicina Tropical/FIOCRUZ; FAPERO; Universidade Federal de Rondônia.
Palavras-chaves: Doença Diarreica Aguda. Rotavírus. Gastroenterite em crianças.