ESTUDO DOS EFEITOS DA CLOROQUINA E QUININO NA MORTE CELULAR EM Leishmania amazonensis.

  • William Paz Ferreira São Lucas Educacional/Fiocruz-RO
  • Norton Rubens Diunior Lucas Pejara Rossi
  • Aurileya de Jesus Gouveia
  • Saara Neri Fialho
  • Amália Santos Ferreira
  • Welington da Silva Paula do Nascimento
  • Ana Paula Azevedo Santos
  • Carolina Bioni Garcia Teles

Resumo

As leishmanioses pertencem a um complexo de doenças infecto-parasitárias causadas por protozoários do gênero Leishmania. O tratamento de primeira escolha na maioria dos casos clínicos para a leishmaniose é realizado com  os antimoniais pentavalentes (Glucatime) e a anfotericina B, ambos com efeitos colaterais e reações adversas frequentemente associados ao uso destes fármacos. Existe uma necessidade urgente de descobrir medicamentos leishmanicidas novos, mais eficazes, mais acessíveis, específicos para cada alvo e com menor toxicidade; e o estudo de reposicionamento de antimaláricos para essa doença pode constituir uma estratégia interessante. Dentro desse contexto, o objetivo dessa proposta é avaliar os possíveis mecanismos de ação da cloroquina (CQ) e quinino (QN) no processo de morte celular desencadeados em promastigota de Leishmania (L.) amazonensis. Foram plaqueadas 1x106 céls/mL em placas de 24 poços com meio RPMI-1640 completo que foram mantidas em uma estufa  BOD (Tecnal) a 24 ºC por 24 horas com os respectivos fármacos nas concentrações que inibiram o crescimento dos parasitos em 50% (IC50) e duas vezes o valor de IC50 (2x IC50). O ensaio que avalia integridade da membrana do parasito após tratamento com os antimaláricos (IC50 e 2xIC50), mostrou que os parasitos tratados com QN em ambas concentrações marcados com iodeto de propídio apresentaram alterações, o que não foi observado a partir do tratamento da CQ. Na avaliação de EROs (espécies reativas de oxigênio) usando o marcador H2DCFDA por fluorimetria, houve aumento significativo desse metabólito somente quando os parasitos foram tradados com QN. Na quantificação de corpos lipídicos dos parasitos usando o marcador vermelho do Nilo por microscopia de fluorescência e fluorimetria, todos tratamentos com os antimaláricos induziram valores significativamente maiores em relação ao controle negativo (parasitos não tratados). Os dados sugerem que, embora esses antimaláricos sejam efetivos na indução de morte da Leishmania, o mecanismo parece diverso. Outros estudos complementares deverão ser mais detalhados para entender os mecanismos de morte para estudos comparativos.


 


Palavras-chave: Leishmania, antimaláricos, mecanismo.   

Publicado
2021-04-28
Seção
Ciências da Saúde